Como ter hábitos saudáveis
Um estudo recente divulgado pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos, aponta que 2,2 bilhões de pessoas têm problemas para controlar o peso. Esse número representa 30% da população mundial com índice de massa corporal (IMC) acima de 25.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa adulta saudável deve ter índice entre 18 e 25. Estima-se que no planeta 1,5 milhão de indivíduos estejam com sobrepeso (IMC entre 25 e 30) e 700 milhões obesos, com índices maiores do que 30, sendo que destes, cerca de 100 milhões são crianças.
Quantidade e qualidade
Os autores da pesquisa acreditam que o aumento desses números está ligado à maior oferta de alimentos em diversos países. Para a doutora Siomara Tauil, endocrinologista da clínica Eye Corp, de São Paulo, o problema está relacionado com a qualidade e a quantidade do que é consumido hoje. “Pela correria do dia a dia, as pessoas não têm tempo para cozinhar e acabam providenciando algo mais rápido para consumir. Vivem fazendo refeições rápidas ( fast-food), o que influencia na alimentação dos filhos. Com isso, a obesidade tem aumentado cada vez mais entre os adultos e também entre as crianças, que reproduzem o que veem em casa”, explica.
Comportamento
Muitos especialistas apontam que a origem do problema também está relacionada com o fator genético, mas, para a endocrinologista, a questão também é comportamental. “Se você tem problemas para se manter magro, não coloque toda a culpa no DNA. Estudos científicos apontam que pessoas portadoras dos chamados genes da obesidade tendem a ganhar mais peso se não se exercitam ou não dormem o suficiente. Isso significa que, mesmo as pessoas geneticamente inclinadas a acumular quilos a mais, podem modificar essa situação se comerem corretamente e praticarem exercícios”, diz a médica.
Bomba-relógio
A doutora Siomara adverte que o assunto é sério e o descontrole do peso pode contribuir para o surgimento de várias doenças, o que seria uma verdadeira bomba-relógio para a saúde. “Entre elas estão o diabetes, quando há uma sobrecarga no pâncreas e no fígado; a hipertensão arterial; o aumento do colesterol e do triglicérides; e problemas articulares decorrentes do excesso de peso e que dificultam a caminhada normal, só para citar alguns. Quando se chega a esse nível está mais do que na hora de procurar ajuda”, alerta.
Repetições equivocadas
A bombeiro civil Karla Sousa Cavalcante, de 32 anos, moradora de Francisco Morato, região metropoliotana de São Paulo, só percebeu que tinha que mudar seu comportamento quando chegou aos 125 quilos. “Meus hábitos eram de uma pessoa doente. Em frente à televisão, eu comia um pote de sorvete sozinha. Repetia a comida várias e várias vezes no meu almoço e no jantar e não tinha um horário certo para as refeições. Decidi ir à nutricionista e seguir à risca todas as instruções dela. Eu comecei a despertar e a levar a sério as dicas que ela me dava”, revela.
Primeiro passo
O primeiro passo de Karla foi reconhecer que precisava de ajuda: “descobri que somos o que comemos e aprendi a comer de três em três horas para o meu metabolismo não estacionar. Troquei o refrigerante por sucos naturais e frutas e como muita salada. Deixei de ser sedentária, caminho todos os dias da minha casa até a estação de trem, um trajeto que leva 30 minutos. Frequento a academia três vezes por semana e bebo muita água. O apoio do meu marido também tem sido importante para que eu não desanime. Com novos hábitos saudáveis associados com atividades físicas e muita dedicação, atingi meu objetivo: eliminei 55 quilos. Agora, o desafio é manter o que conquistei”, declara.
FONTE: FOLHA UNIVERSAL