Moeda norte-americana à vista subiu 0,42% nesta segunda-feira. É o maior valor para um encerramento desde 20 de abril
O dólar começou a semana em alta e renovando máximas em quase seis meses, firmemente acima de R$ 5,50, conforme o clima mais arisco no exterior respaldou compras defensivas antes do feriado que fechará os mercados financeiros no Brasil na terça-feira (12).
O dólar à vista subiu 0,42% nesta segunda-feira (11), a R$ 5,5384. É o maior valor para um encerramento desde 20 de abril, quando a moeda fechou a R$ 5,5486.
O dólar terminou bem perto da máxima do dia, de R$ 5,5404 (+0,45%). Na mínima, atingida ainda pela manhã, a cotação desceu a R$ 5,4924 (-0,42%).
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento ampliou os ganhos e às 17h34 (de Brasília) subia 0,48%, a R$ 5,5565, após cravar máxima de R$ 5,5615.
Lá fora, o índice do dólar frente a uma cesta de rivais ganhava 0,22%, saltando às máximas da sessão e se aproximando de picos em um ano vistos no fim de setembro.
O sinal do mercado de câmbio aqui e no exterior acompanhou a piora nos índices de ações em Nova York, que sentiram preocupações de investidores com efeitos inflacionários de novo rali nos preços do petróleo antes do início da divulgação de balanços corporativos do terceiro trimestre nos EUA.
O S&P 500, que chegou a subir 0,56%, fechou em queda de 0,69%, colado nas mínimas do dia.
A liquidez tanto no Brasil quanto nos EUA ficou abaixo da média - aqui, pela véspera de feriado e lá, pela observância ao Dia de Colombo, que manteve paradas as negociações com títulos do Tesouro, retirando uma referência para operações nos demais mercados.
Na B3, o dólar para novembro havia movimentado 143 mil contratos até as 17h41, a caminho de registrar o menor giro desde 6 de setembro, também uma véspera de feriado.
Investidores seguiram colocando na conta riscos de o banco central dos EUA apertar a política monetária à medida que a inflação não dá sinais de abatimento.
Os receios são intensificados por um imparável rali nos preços do petróleo, com o contrato norte-americano nos valores mais altos desde 2014, acima de 80 dólares o barril, no que pode ser uma verdadeira injeção de inflação na economia global.
O clima de cautela externa se somou a um ambiente doméstico já ruidoso, sustentando os prêmios de risco que fizeram o dólar cruzar a linha psicológica dos 5,50 reais e que o mantinham acima dela.
A equipe de pesquisa macro do BTG Pactual digital piorou as estimativas para a taxa de câmbio nos três cenários que considera, com a agenda política como principal ponto de atenção nos próximos meses no campo doméstico.
No cenário básico, o dólar agora deve terminar o ano em 5,30 reais, ante taxa de 5,00 reais prevista anteriormente. No cenário otimista, a moeda fica em 5,10 reais, contra 4,80 reais estimados antes. Nos cálculos mais pessimistas, o dólar fecha 2021 em 5,60 reais, de 5,40 reais do prognóstico anterior.
Enquanto isso, investidores estrangeiros parecem ter virado a mão e passado a apostar contra o real.
Com base em dados de uma agência dos EUA, especuladores fizeram na semana encerrada em 5 de outubro a maior venda líquida de contratos de reais na Bolsa Mercantil de Chicago em mais de dois anos. Com isso, ficaram vendidos (vendo depreciação da divisa brasileira) pela primeira vez desde o começo de maio.
O economista-chefe do Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), Robin Brooks, comentou no Twitter:
"Muitos investidores neste verão (no Hemisfério Norte) compartilharam da nossa visão de que o real brasileiro está subvalorizado e assinaram embaixo no nosso valor justo de 4,50 reais por dólar. Mas a confiança do investidor estrangeiro desmoronou, e você pode ver isso no desenrolar do posicionamento especulativo comprado em real. Os investidores estrangeiros desistiram do Brasil...", afirmou.
Fonte: R7
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